"Como
observava o educador Cláudio de Moura Castro, os brasileiros não lêem o que
está escrito, lêem o que imaginam que o autor “quis dizer”. E o que o infeliz
teria “querido dizer” é sistematicamente interpretado em termos de algum viés
partidário ou, pior ainda, de “para quem ele trabalha”. A categoria do
verdadeiro e do falso, do objetivamente real e irreal, é aí substituída pela do
gostar ou não gostar, do apoiar ou boicotar com vistas a alguma vantagem
política ou pecuniária. Para ler assim não apenas é desnecessário averiguar os
fatos, mas é preciso abster-se criteriosamente de fazê-lo. Tudo o que interessa
é atribuir ao autor uma intenção imaginária e avaliar suas afirmativas pelo
reforço ou desgaste que, transmutadas em propaganda partidária, poderiam trazer
hipoteticamente a algum personagem queridinho. O resultado dessa operação será
em seguida traduzido como juízo de realidade e enganará quem deseje ser
enganado." O.de C.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário